Os capítulos fluminenses da Associação Brasileira de Agências de Propaganda (Abap Rio) e do Sindicato de Agências (Sinapro-RJ) estão entregando ao Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, na manhã desta terça, 11/05, uma nota conjunta recomendando que a Prefeitura reveja sua decisão de não renovar seus contratos com as agências de publicidade contratadas em 2020, para passar a internalizar sua comunicação publicitária.
Como noticiado em primeira mão pela Janela, a Secretaria de Governo e Integridade Pública (Segovi), justificou, para a juíza Luciana Losada Lopes, da 13ª Vara da Fazenda do Rio de Janeiro, responsável por julgar um mandado de segurança impetrado pela agência Cálix — uma das que não tiveram seu contrato renovado, como a E3 e a Nacional — que a Prefeitura do Rio precisava “cortar investimentos” por conta da crise financeira deixada por Marcelo Crivella e pela pandemia do novo coronavírus.
Veja a nota das entidades:
Nota conjunta Abap Rio e Sinapro-RJA Abap Rio e o Sinapro-RJ, entidades do setor de comunicação, viram com surpresa a decisão da Prefeitura do Rio de Janeiro de internalizar sua comunicação, abrindo mão, assim, da importante presença e parceria com agências de publicidade. O mercado carioca é extremamente relevante e historicamente criativo, contribuindo para a economia da cidade, que sempre foi referência de profissionais de qualidade, criativos e, principalmente, geradores de valor para marcas, instituições, empresas e governos. A marca Rio merece estar sempre sendo cuidada com a criatividade que está no DNA da cidade maravilhosa. Em momentos como esse que estamos vivendo, de reconstrução da cidade do Rio de Janeiro, nossa Prefeitura sempre contou com a parceria de agências cariocas para manter em alta o nível de qualidade da comunicação do Rio para a sociedade. A parceria sempre foi norteada pelos princípios que regem a administração pública, que garantem a busca por maior qualidade e economicidade, e entendemos que deve ser mantida para manter o mesmo padrão de excelência. Desta forma, a Abap Rio e o Sinapro-RJ recomendam que a Prefeitura reveja essa decisão e conte, como sempre, com essa parceria. Nos colocamos à disposição do governo municipal para um diálogo aberto. Gustavo Bastos, presidente da Abap-Rio |
Precedente com César Maia
Esta não é a primeira vez que a Prefeitura do Rio de Janeiro resolve ficar sem agências. Em 2006, o prefeito Cesar Maia — hoje no mesmo partido de Paes, o Democratas — chegou a emitir um decreto (assinado em 10/01 e publicado em 12/01) cancelando uma licitação para a escolha das novas agências do município e oficializando a criação de uma house-agency controlada pela Secretaria de Publicidade para, não apenas, criar as mensagens publicitárias municipais, como contratar diretamente a sua veiculação.
Na época, o presidente da Associação Brasileira de Propaganda (ABP), Adilson Xavier, também distribuiu comunicado contestando a decisão:
“O Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro acaba de publicar Decreto de número 26178, através do qual proíbe a utilização de agências de publicidade para intermediar a veiculação impressa, radiofônica ou televisiva nos meios de comunicação, afirmando que caberá à Secretaria Especial de Publicidade, Propaganda e Pesquisa – SEPROP contratar diretamente junto aos meios, os espaços de veiculação.
Tal Decreto tem duas consequências imediatas: queda da qualidade e aumento de custos, o que se opõe diretamente aos princípios básicos da administração em geral e da gestão do bem público em particular.Por não ser agência, a Prefeitura não tem direito ao desconto dos veículos com o qual as agências se remuneram, nem às vantagens da tabela do CENP, que estabelece por lei um repasse de parte dessa remuneração das agências aos clientes por elas representados, de acordo com as verbas investidas. Ou seja, a Prefeitura vai pagar preço mais caro possível por todos os espaços de mídia. Por não ter a capacitação técnica dos profissionais de comunicação (embora surpreendentemente afirme o contrário), a Prefeitura não terá recursos para fazer seus planos de mídia, provavelmente sendo obrigada a promover seguidas licitações toda vez que quiser veicular alguma mensagem. E quem vai criar as peças? Ou serão freelancers ou funcionários contratados pela Prefeitura, em ambos os casos onerando mais ainda os cofres públicos.E finalmente, por não contratar uma ou algumas das várias empresas especializadas de reconhecida qualidade estabelecidas no Rio, que geram empregos e pagam impostos, a Prefeitura desprestigia quem investe na cidade, desvaloriza o mercado carioca, e deixa de recolher o ISS gerado pelos serviços que ela própria solicitaria às suas agências de publicidade.Diante disso, a Associação Brasileira de Propaganda, junto com as empresas e categorias profissionais que ela representa, esperam que o bom-senso prevaleça, levando a Prefeitura do Rio a reavaliar sua decisão.” Adilson Xavier |
O Clube de Criação do Rio de Janeiro foi mais uma entidade a registrar seu protesto em 2006:
“PREFEITO, O SENHOR NÃO ACREDITA NAS AGÊNCIAS DE PROPAGANDA DO RIO DE JANEIRO.
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